terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Guias Espirituais


Guias Espirituais


Quem ou o que são os guias espirituais? Eles nos controlam? Nos aconselham? Nos protegem? Devemos-lhes obediência? São mestres que nos acenam do além? São Deusas e Deuses? Mortais ou imortais? Decidem nossas vidas? Serão apenas nosso eu interior se manifestando livre das amarras do superego?



Muita mitificação já foi feita, nas mais diversas culturas e religiões, gerando, por sua vez, muitos mal entendidos que precisam ser esclarecidos acerca da natureza e importância dos guias espirituais.



Em primeiro lugar, pedimos ao leitor que aceite nossa omissão acerca da natureza de diversas entidades que costumam ser confundidas com guias espirituais sem sê-lo, o que exigiria um amplo tratado que não caberia aqui, bem como solicitamos ignorar o significado do termo como guru ou líder espiritual, que não é objeto de nossa análise. Se aceitar, podemos partir da observação de que diversas e dispersas culturas mencionam a existência de entidades que espreitam o desenrolar de nossas vidas particulares, nelas interferindo ocasionalmente, muitas vezes de forma sub-reptícia, porém, quando o fazem, geralmente parecem alterar nosso destino ou efetivamente abrem para nós uma nova compreensão da realidade.



Cristãos se referem a anjos da guarda; umbandistas, candomblecistas e quimbandistas se referem tanto a orixás quanto a espíritos com um perfil definido (preto-velho, pomba-gira, malandro entre diversos outros) e até mesmo entre os nativos da remotíssima Ilha de Páscoa, isolada no meio do Oceano Pacífico a milhares de quilômetros tanto da América do Sul quanto das ilhas polinésias, acredita-se na existência do que chamam de aku-akus, que corresponde perfeitamente aos anjos da guarda cristãos e espíritos das religiões de origem africana.



Estes espíritos, anjos da guarda, aku akus e muitas outras interpretações do mesmo tipo de entidade, agem sempre de forma semelhante: sussurram conselhos, defendem em situações de perigo, abrem novos caminhos, consolam, nos dão lições, enfim, cuidam de nós e nos acompanham ao longo de nossa caminhada terrena. Noutros momentos, pedem-nos favores, desde ações que temos que empreender até bens que precisamos lhes dedicar (velas, comidas, bebidas, objetos sacros, etc...)



Em nosso entendimento teórico, corroborado pela prática da BRUXARIA no que concerne ao contato com os guias espirituais, o entendimento dos xamãs e dos espíritas kardecistas explica com maior clareza a natureza dos guias espirituais. Os xamãs consideram tais entidades como os espíritos de seus ancestrais (tanto antepassados quanto xamãs falecidos), e os espíritas, como espíritos de pessoas que desencarnaram e que nos acompanham.



Numa e noutra crença, estes guias espirituais nada mais seriam que pessoas, como eu e você, que um dia viveram no plano físico, mas que depois de mortos receberam como missão cuidar do desenvolvimento ESPIRITUAL de determinada pessoa viva.



De nossa parte, observamos que muitas almas se cruzam repetidas vezes em sucessivas vidas, de forma que as famílias e os grupos de tradição costumam guardar uma certa constância. Sendo assim, embora não haja a obrigatoriedade de os guias espirituais serem antepassados de sangue ou de tradição, é natural que a maioria deles o seja.



O importante a salientar é que se trata apenas de espíritos desencarnados, espíritos que nos olham a partir de um plano diferente do material e que zelam pelo nosso desenvolvimento espiritual, mas ainda assim, tão falíveis e ignorantes ou iluminados quanto nós mesmos. Diz a prática que os guias, por mais iluminados e sábios que sejam, ainda que zelando pelo desenvolvimento ESPIRITUAL de alguém e buscando o cumprimento de seu destino, não podem anular o livre arbítrio, assim como uma mãe não pode evitar que seu filho deixe de tomar decisões erradas. Neste sentido, podemos intimar nossos guias espirituais a não interferirem nas experiências e conflitos para os quais nos achamos prontos. É preciso não mais superestimar os guias espirituais, considerá-los como auxiliares, não como semi-deuses ou grandes mestres, e entender que, ocasionalmente, podem ser espíritos de grau de evolução inferior ao do próprio encarnado, que podem eventualmente nos aconselhar erradamente ou usar de sua função de guia em proveito próprio, deleitando-se através de nós de prazeres aos quais tiveram que renunciar ao deixarem o plano físico. Devemos ainda compreender que, mesmo espíritos mais elevados, com freqüência são superprotetores, bloqueando nossos caminhos no intuito de nos protegerem, mas, na prática, limitando nossas experiências, destruindo preciosas oportunidades de aprendizado. É fundamental, sobretudo, interpretar nosso destino e tomar as rédeas de nossas vidas, assumindo os riscos até onde avaliemos ser prudente, contando com nossos guias espirituais como conselheiros e companheiros, jamais como nossos mestres e senhores.

GUIAS ESPIRITUAIS







O Espírito protetor, anjo de guarda, ou bom gênio é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.



Os Espíritos simpáticos são os que se sentem atraídos para o nosso lado por afeições particulares e ainda por uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto para o bem como para o mal. A duração de suas relações se acha subordinada às circunstâncias. O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso, que se liga ao homem para desviá-lo do bem. Obra, porém, por impulso próprio e não no desempenho de missão. A tenacidade da sua ação está em relação direta com a maior ou facilidade de acesso que encontre por parte do homem, que goza sempre da liberdade de escutar-lhe a voz ou de lhe cerrar os ouvidos.



[9a - página 263 questão 514]





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Os Espíritos preferem estar no meio dos que se lhes assemelham. Acham-se aí mais à vontade e mais certos de serem ouvidos. É pelas suas tendências que o homem atrai os Espíritos e isso quer esteja só, quer faça parte de um todo coletivo, como uma sociedade, uma cidade, ou um povo. Portanto, as sociedades, as cidades e os povos são, de acordo com as paixões e o caráter neles predominantes, assistidos por Espíritos mais ou menos elevados. Os Espíritos imperfeitos se afastam dos que os repelem. Segue-se que o aperfeiçoamento moral das coletividades, como o dos indivíduos, tende a afastar os maus Espíritos e a atrair os bons, que estimulam e alimentam nelas o sentimento do bem, como outros lhes podem insuflar as paixões grosseiras.



[9a - página 265 questão 518]





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Não é raro, os Espíritos que conosco simpatizam atuarem em cumprimento de missão. Desempenham missão temporária; porém, as mais das vezes, são apenas atraídos pela identidade de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal.



É lícito inferir-se daí que os Espíritos a quem somos simpáticos podem ser bons ou maus. Qualquer que seja o seu caráter, o homem sempre encontra Espíritos que com ele simpatizem.



[9a - página 263 questão 513]





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Podemos ter muitos Espíritos protetores. Todo homem conta sempre Espíritos, mais ou menos elevados, que com ele simpatizam, que lhe dedicam afeto e por ele se interessam, como também tem junto de si outros que o assistem no mal.

Protetor familiar


Protetor familiar



O Espírito protetor, anjo de guarda, ou bom gênio é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.



Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis, com o fim de lhes serem úteis, dentro dos limites do poder, quase sempre muito restrito, de que dispõe. São bons, porém muitas vezes pouco adiantados e mesmo um tanto levianos. Ocupam-se de boa mente com as particularidades da vida íntima e só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.



[9a p.263 q.514]





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Um pai, por exemplo, pode tornar-se o Espírito protetor de seu filho. Mas a proteção pressupõe certo grau de elevação e um poder ou uma virtude a mais, concedidos por Deus. O pai, que protege seu filho, também pode ser assistido por um Espírito mais elevado.



[9a p.261 q.507]





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Os Espíritos que se achavam em boas condições ao deixarem a Terra, podem proteger os que lhes são caros e que lhes sobrevivem. Mais ou menos restrito é o poder de que desfrutam. A situação em que se encontram nem sempre lhes permite inteira liberdade de ação.



[9a p.262 q.508]





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É muito difícil ocorrer de um pai, que vela pelo filho, reencarnando, continuar a velar por ele. Contudo, de certo modo o faz, pedindo, num instante de desprendimento, a um Espírito simpático que o assista nessa missão. Demais, os Espíritos só aceitam missões que possam desempenhar até ao fim. Encarnado, mormente em mundo onde a existência é material, o Espírito se acha muito sujeito ao corpo para poder dedicar-se inteiramente a outro Espírito, isto é, para poder assisti-lo pessoalmente. Tanto assim que os que ainda se não elevaram bastante são também assistidos por outros, que lhes estão acima, de tal sorte que, se por qualquer circunstância um vem a faltar, outro lhe supre a falta.



[9a p.262 q.510]





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Os nossos bom e mau gênios poderiam encarnar, a fim de mais perto nos acompanharem na vida. Porém, o que mais freqüentemente se verifica é encarregarem dessa missão outros Espíritos encarnados que lhes são simpáticos.



[9a p.264 q.516]





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Alguns Espíritos se ligam aos membros de uma determinada família, que vivem juntos e unidos pela afeição; mas, não acrediteis em Espíritos protetores do orgulho das raças.



[9a p.264 q.517]

Protetor de coletividades


Protetor de coletividades



As aglomerações de indivíduos, como as sociedades, as cidades, as nações, têm Espíritos protetores especiais, pela razão de que esses agregados são individualidades coletivas que, caminhando para um objetivo comum, precisam de uma direção superior.



[9a p.265 q.519]





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Quanto ao nível, os Espíritos protetores das coletividades podem ser de natureza mais elevada do que os que se ligam aos indivíduos. Tudo é relativo ao grau de adiantamento, quer se trate de coletividades, quer de indivíduos.



[9a p.265 q.520]

Nome do Protetor


Nome do Protetor



Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito superior que vos inspire simpatia ou veneração. O vosso protetor acudirá ao apelo que com esse nome lhe dirigirdes, visto que todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente.



[9a p.261 q.504]





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Os protetores, que dão nomes conhecidos, não são, realmente, os Espíritos das personalidades que tiveram esses nomes. Muitas vezes, os que os dão são Espíritos simpáticos aos que de tais nomes usaram na Terra e, a mando destes, respondem ao vosso chamamento. Fazeis questão de nomes; eles tomam um que vos inspire confiança. Quando não podeis desempenhar pessoalmente determinada missão, não costumais mandar que outro, por quem respondeis como por vós mesmos, obre em vosso nome ?



[9a p.261 q.505]

A missão do Espírito protetor

A missão do Espírito protetor é a de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.







[9a - página 256 questão 491]





A missão do Espírito protetor, é obrigatória . O Espírito fica obrigado a vos assistir, uma vez que aceitou esse encargo. Cabe-lhe, porém, o direito de escolher seres que lhe sejam simpáticos. Para alguns, é um prazer; para outros, missão ou dever. Dedicando-se a uma pessoa, o Espírito não deixa de proteger a outros indivíduos. Mas protege-os menos exclusivamente.







[9a - página 256 questão 493]





Todo homem, o selvagem ou de moral inferior e o muito adiantado, tem um Espírito que por ele vela, mas as missões são relativas ao fim que visam. Não dais a uma criança, que está aprendendo a ler, um professor de filosofia. O progresso do Espírito protetor guarda relação com o do Espírito protegido. Tendo um Espírito que vela por vós, podeis tornar-vos, a vosso turno, o protetor de outro que vos seja inferior e os progressos que este realize, com o auxílio que lhe dispensardes, contribuirão para o vosso adiantamento. Deus não exige do Espírito mais do que comportem a sua natureza e o grau de elevação a que já chegou.







[9a - página 262 questão 509]





Podem certos Espíritos auxiliar o progresso das artes, protegendo os que às artes se dedicam. Há Espíritos protetores especiais e que assistem os que os invocam, quando dignos dessa assistência. Que queres, porém, que façam com os que julgam ser o que não são? Não lhes cabe fazer que os cegos vejam, nem que os surdos ouçam.

Ligação do Protetor


Ligação do Protetor



O Espírito protetor se dedica ao indivíduo desde o seu nascimento até a morte e muitas vezes o acompanha na vida espírita, depois da morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas da vida do Espírito.



[9a p.256 q.492]





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Há Espíritos que se ligam particularmente a um indivíduo para protegê-lo. É o irmão espiritual, o que chamais o bom Espírito ou o bom gênio.



[9a p.255 q.489]





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O Espírito protetor não fica fatalmente preso à criatura confiada à sua guarda. Freqüentemente sucede que alguns Espíritos protetores deixam suas posições de protetores para desempenhar diversas missões. Mas, nesse caso, outros os substituem.



[9a p.256 q.494]





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Poderá dar-se que o Espírito protetor abandone o seu protegido, por se lhe mostrar este rebelde aos conselhos. Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas, não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame.



[9a p.256 q.495]





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Há circunstâncias em que não é necessário esteja o Espírito protetor junto do seu protegido.



[9a p.259 q.499]





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Não é certo dizer que a cada indivíduo achar-se-á ligado, além do Espírito protetor, um mau Espírito, com o fim de impeli-lo ao erro e de lhe proporcionar ocasiões de lutar entre o bem e o mal. É certo que os maus Espíritos procuram desviar do bom caminho o homem, quando se lhes depara ocasião. Sempre, porém, que um deles se liga a um indivíduo, fá-lo por si mesmo, porque conta ser atendido. Há então luta entre o bom e o mau, vencendo aquele por quem o homem se deixe influenciar.